A granja

É que a causa vale menos que a bandeira.
A conversa muito menos que o partido
Cingido,
Em fração de avos,
Em porção de ovos…
Chocados.

O importante desses tempos é
Questão medida, tingida,
Em cerca, capa,
Em nata, grossa
Abafando o leite,
Torrente, derramente.

A placa, a foto, a pose,
Valem o furo,
Do dedo no bolo.
O mesmo que flecha
Na cara de quem discordou
Ou, simplesmente, bocejou!

Quem come mosca,
Engole sapo!
Malandro é o gato,
Que já nasce de botas.
Água mole tá empedrando.
Pedra dura, evaporando…

A luz é constante
E a gente engorda
Feito pinto na gaiola.
Se o passo desliza
E a certeza tropeça
O galo canta:
Hora do abate!

Sobre Luísa Bahia

Artista residente em BH, 27 anos. Atriz, cantora, dramaturga, diretora e poeta. Atualmente circula com seu solo teatral RISCO, prepara seu show autoral e conduz oficinas de artes integradas. Investiga a VOZ em seus múltiplos sentidos: som, movimento, palavra, escrita, cena e manifestação da nossa presença no mundo.
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2 respostas para A granja

  1. Angela Vieira disse:

    Atriz maravilhosa que ora desponta como escritora! Parabéns!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

  2. Regina Maria Bahia da Fonseca Silva disse:

    Luísa, você é uma montanha de possibilidades!
    Me inspiro em você e daí eu também cresço.
    Acho você sensacional!
    Sua disposição pra vida, para os amigos e para o mundo é vibrante
    e transborda.
    Continuo te seguindo para aproveitar as muitas sobras que deixa no
    Caminho.
    🌹

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